Natal. Dia das mães. Dia dos Pais. Dia dos Namorados. Para quem sofre, nada mais cruel do que datas comemorativas. Do natal, não temos muito como fugir, pois os shoppings fazem decorações caprichadas, as pessoas começam a montar árvores de natal, algumas enfeitam suas varandas com lâmpadas coloridas e quase todas as religiões realizam cerimônias especiais. A noite do dia 24 de dezembro se reveste de um aspecto diferente e isso machuca especialmente aqueles que têm uma família esfacelada, seja por brigas ou por falecimentos recentes. A ceia é montada para seguir um protocolo, se revestindo de um aspecto melancólico.
É verdade que o natal movimenta muito dinheiro mas, em se tratando do nascimento de Jesus Cristo, que grande parte do mundo aceita como filho de Deus, a pertinência da data está mais do que justificada. Mas, e as demais datas, que sentimento realmente nobre existe por trás delas? Quase sempre somos lembrados delas por comerciais de televisão que têm em vista tão-somente aumentar as vendas do comércio. Em alguns bairros do subúrbio do Rio de Janeiro, os políticos confeccionam faixas com dizeres do tipo "Mãe, parabéns pelo seu dia" e as colocam nas praças, com o único interesse de serem lembrados pelos eleitores. Imagine como sofre alguém que perdeu sua mãe, ou que nunca a conheceu, quando o segundo domingo de maio se aproxima e os comerciais de TV mostram filhos abraçados com as mães. A data deve ser ainda mais cruel para a mulher que não pode ter filhos e para a mãe que tem filhos falecidos e que os viu morrer ainda na infância. Há também que se considerar o sofrimento de uma criança que perdeu a mãe e que vai ter que entregar para outra figura feminina a lembrancinha que confeccionou na escola. O mesmo se pode dizer do dia dos pais. Os vizinhos organizam barulhentos almoços de família, fazem churrasco e ouvem música alta, alguns entram em seus carros com a família e saem para comer, mesmo sabendo que encontrarão filas nos restaurantes. Alguém que perdeu o pai, ou um pai que perdeu o filho, deve sofrer muito com o clima diferente que envolve o segundo domingo de agosto e fatalmente deve pensar: "por que todos são felizes e só eu não?"
Diante do sofrimento que datas como dia das mães e dia dos pais podem gerar, o sofrimento gerado pelo dia dos namorados parece fútil. Mas ele existe. Alguém que ainda ama o ex-namorado, mas foi trocada por outra, seguramente sente como se levasse uma facada no peito cada vez que passa por um vitrine decorada com ursos e corações de pelúcia com dizeres românticos. Não ter para quem comprar um presente no dia 12 de junho só não é mais triste do que saber que a pessoa que você ama vai presentear outra e esquematizar uma noite romântica com ela.
Diante da euforia da maioria, o sofrimento da minoria passa despercebido. Quem está apaixonada pelo namorado e vai poder presenteá-lo e passar a data ao lado dele sequer pensa no sofrimento de alguém que não vai poder viver o mesmo. E o pior, quem está feliz no relacionamento chega mesmo a ignorar que tudo pode mudar de uma hora para a outra. Mas, como diz a música, pra que chamar a dor antes de acontecer?
Quando datas comemorativas se aproximam, que opção resta para quem sofre? Desabafar com alguém está fora de cogitação, pois não é justo estragar a felicidade alheia. Sair de casa pode ser especialmente cruel, mas ficar em casa também não é muito diferente, pois a televisão rememora a aproximação da data fatídica e a internet também. Seguramente, muito sofrimento invisível se mistura à euforia dos corredores lotados dos shoppings e muitos travesseiros são a única testemunha das lágrimas vertidas pelos olhos de quem se sente sozinho.
É verdade que o natal movimenta muito dinheiro mas, em se tratando do nascimento de Jesus Cristo, que grande parte do mundo aceita como filho de Deus, a pertinência da data está mais do que justificada. Mas, e as demais datas, que sentimento realmente nobre existe por trás delas? Quase sempre somos lembrados delas por comerciais de televisão que têm em vista tão-somente aumentar as vendas do comércio. Em alguns bairros do subúrbio do Rio de Janeiro, os políticos confeccionam faixas com dizeres do tipo "Mãe, parabéns pelo seu dia" e as colocam nas praças, com o único interesse de serem lembrados pelos eleitores. Imagine como sofre alguém que perdeu sua mãe, ou que nunca a conheceu, quando o segundo domingo de maio se aproxima e os comerciais de TV mostram filhos abraçados com as mães. A data deve ser ainda mais cruel para a mulher que não pode ter filhos e para a mãe que tem filhos falecidos e que os viu morrer ainda na infância. Há também que se considerar o sofrimento de uma criança que perdeu a mãe e que vai ter que entregar para outra figura feminina a lembrancinha que confeccionou na escola. O mesmo se pode dizer do dia dos pais. Os vizinhos organizam barulhentos almoços de família, fazem churrasco e ouvem música alta, alguns entram em seus carros com a família e saem para comer, mesmo sabendo que encontrarão filas nos restaurantes. Alguém que perdeu o pai, ou um pai que perdeu o filho, deve sofrer muito com o clima diferente que envolve o segundo domingo de agosto e fatalmente deve pensar: "por que todos são felizes e só eu não?"
Diante do sofrimento que datas como dia das mães e dia dos pais podem gerar, o sofrimento gerado pelo dia dos namorados parece fútil. Mas ele existe. Alguém que ainda ama o ex-namorado, mas foi trocada por outra, seguramente sente como se levasse uma facada no peito cada vez que passa por um vitrine decorada com ursos e corações de pelúcia com dizeres românticos. Não ter para quem comprar um presente no dia 12 de junho só não é mais triste do que saber que a pessoa que você ama vai presentear outra e esquematizar uma noite romântica com ela.
Diante da euforia da maioria, o sofrimento da minoria passa despercebido. Quem está apaixonada pelo namorado e vai poder presenteá-lo e passar a data ao lado dele sequer pensa no sofrimento de alguém que não vai poder viver o mesmo. E o pior, quem está feliz no relacionamento chega mesmo a ignorar que tudo pode mudar de uma hora para a outra. Mas, como diz a música, pra que chamar a dor antes de acontecer?
Quando datas comemorativas se aproximam, que opção resta para quem sofre? Desabafar com alguém está fora de cogitação, pois não é justo estragar a felicidade alheia. Sair de casa pode ser especialmente cruel, mas ficar em casa também não é muito diferente, pois a televisão rememora a aproximação da data fatídica e a internet também. Seguramente, muito sofrimento invisível se mistura à euforia dos corredores lotados dos shoppings e muitos travesseiros são a única testemunha das lágrimas vertidas pelos olhos de quem se sente sozinho.
Shopping na época de natal: vincular datas comemorativas à aquisição de mercadorias estimula o consumismo de quem está feliz ou anestesia quem está infeliz?